Como transcender a tentação de ser quem você não é
Muitas vezes me comparo com alguém na tentativa de que eu seja melhor e me sinta bem com isso. Porém, muitas vezes posso me comparar com alguém e acabar achando que essa pessoa é melhor que eu, que sabe mais que eu. Isso acontece especialmente quando minha autoconfiança está frágil e acaba aumentando essa fragilidade. Com isso, eu me afasto da pessoa com quem me comparo e esse afastamento pode ser por meio de fuga ("não quero sair na foto do lado dessa pessoa mais bonita que eu") ou de ataque ("o conhecimento dela é inútil").
Agora pense em alguma professora que você teve. Ela provavelmente sabia bem mais que você em alguma disciplina, o que a tornou digna de lecionar. Sabendo disso, você talvez tenha sido humilde o suficiente para acreditar que o que ela ensinava era verdade, era útil ou era algo bom de se aprender. Você não precisou se comparar a ela para isso.
Porque as comparações são inúteis, não são verdadeiras e não fazem bem. Mas o reconhecimento sim. Quando me comparo, só consigo me sentir supostamente bem se eu me sentir superior. Quando eu reconheço, me sinto bem por ver ali uma oportunidade de aprendizado.
Portanto, se você acredita que todas as pessoas possuem pelo menos um tipo de conhecimento único (dado que o que ela viveu, apenas ela viveu, literalmente), logo, qualquer pessoa é uma professora capaz de lecionar sobre o que sua própria vida lhe ensinou.
Obviamente, você também é um professor. Porque, no fim, a única coisa sobre a qual podemos lecionar para qualquer pessoa é sobre o que vivemos e o que somos capazes de ver.
Se você enxergar o mundo como um constante encontro de professores e alunos, você reconhece em si a capacidade de ser ambos ao mesmo tempo.
É a partir daí que se entende que a única coisa que a comparação realmente faz é tentar separar alunos de professores, enquanto o reconhecimento faz o caminho contrário a partir da integração da humildade para aprender com a autoconfiança para ensinar.
コメント